O menino e o mar
por Gui Campos
Suas
mãos caíram sobre o mar tranqüilo
Que se moveu, e o céu que refletia
Levou-o então a qualquer
outro dia
Do qual não tinha a menor
lembrança
E
espelhado nessas águas turvas
Viu formar-se refletido um
dia estranho
Reconhecia-o, sem menor
engano
Nem do futuro nem de sua
infância
Enquanto
esteve olhando, deslumbrado
Apertou-lhe agudo o peito, a
nostalgia
Por algo que sequer tinha
vivido
E
vendo em sua própria imagem esmaecida
Que um outro alguém levava
sua vida
Mergulhou nas águas do
infinito.