terça-feira, 6 de novembro de 2012

O menino e o mar


O menino e o mar
por Gui Campos

Suas mãos caíram sobre o mar tranqüilo
Que se moveu, e o céu que refletia
Levou-o então a qualquer outro dia
Do qual não tinha a menor lembrança

E espelhado nessas águas turvas
Viu formar-se refletido um dia estranho
Reconhecia-o, sem menor engano
Nem do futuro nem de sua infância

Enquanto esteve olhando, deslumbrado
Apertou-lhe agudo o peito, a nostalgia
Por algo que sequer tinha vivido

E vendo em sua própria imagem esmaecida
Que um outro alguém levava sua vida
Mergulhou nas águas do infinito.