por Gui Campos
Silêncio.
Nasce um poema.
Espreita,
curioso, cada verso que aparece.
Assim,
sem força, vem a este mundo
um
emaranhado de palavras
que
pouco a pouco torna-se
Poema.
Tristes
noites insones,
solidão,
lágrimas de amor,
alegrias,
dor, o amigo ausente...
Tudo,
e cada coisa, estão presentes
nas
linhas do papel.
Mas
não te reconheces, nem a ninguém.
Está
escondido em entrelinhas
o
sentimento uma vez vivido.
E
sem celeuma, alarde ou ufania
brota
nas gretas das palavras frias.
E
como uma semente,
espera.
No
peito de quem lê desponta um broto
que,
rápido, invade todo o corpo.
Quem
lê traz dentro de si
um
enorme jardim de fantasia.
Ali
floresce, invisível,
sem
pressa, no cuidar de cada dia.
Nasce,
neste mundo de concreto,
uma
perfumada flor
de
gentileza
e poesia.
setembro de 2010