quarta-feira, 18 de março de 2009

Pensamento do dia...

"Trabalhar para ganhar a vida está bem. 
Mas por que temos que gastar essa vida
que ganhamos
trabalhando para ganhar a vida?"
Miguelito / Quino

Sobre Deus e a Ciência

Esse é outro texto que encontrei no meio de documentos antigos, já tem bem uns 7 anos que escrevi isso...

ENSAIO
Sobre Deus e a Ciência
por Gui Campos 

Há alguns séculos, desde a consolidação da ciência e de seu modo de entender o mundo, a religião começou a perder seu monopólio. Seu ponto de vista não era mais soberano. Suas posições eram questionadas e novos paradigmas eram propostos. As duas visões – a científica e a religiosa – pareciam estar cada vez mais distantes. No entanto, encontrei um raciocínio que pode, finalmente, acabar com este ferrenho embate.

Para dar validade a esse meu ensaio, tomei como premissas algumas verdades científicas e religiosas. É óbvio que cientistas e teólogos precisam abrir mão de algumas de suas crenças e aceitar algumas das crenças de seus atuais inimigos. Como não creio em verdade absoluta, acredito que tanto uma quanto outra tem suas verdades e seus enganos, e é fundamental analisar com seriedade para “separar o joio do trigo”. É preciso deixar o orgulho de lado para unir, finalmente, o racional ao espiritual e construir um novo mundo de homens mais completos e holísticos. Creio que minhas conclusões não serão de difícil aceitação entre cientistas e religiosos, uma vez que provo a existência de Deus e a Teoria da Evolução.

Dentro dessas premissas as quais considero irrefutáveis, estão a de que um mundo como o nosso só é possível com a existência de um criador; a de que Deus nos criou à sua imagem e semelhança; a de que Deus é um só; a origem da vida segundo a ciência e a teoria evolucionista de Darwin.

Segundo a Biologia, a vida surgiu nos mares, que estavam repletos de um “caldo nutritivo”. Proteínas e aminoácidos se uniram e formaram conglomerados, os chamados coacervatos. Essa experiência foi repetida em laboratório, simulando-se a atmosfera terrestre do período. Misteriosamente, essas proteínas sem vida formaram a primeira célula, um organismo complexo, que carrega suas próprias informações em seu código genético. Esse fenômeno é inexplicável pela ciência. Assim sendo, aí estaria o dedo de Deus. Como diz a Bíblia, no livro do Gênesis: “Imagem e semelhança, Deus os criou”. Assim surge a vida, à imagem e semelhança de Deus.

Neste momento é preciso perceber o que, por mais óbvio que seja, ninguém ainda havia percebido: se Deus cria a vida à sua imagem e semelhança, e se ele a cria em forma de um ser unicelular, Deus nada mais é do que uma célula que vive, sozinho, no chamado Reino dos Céus. Mas aí está a ironia divina. Como as células terrenas estão sempre em interação umas com as outras, e se reproduzem, foi possível a elas evoluírem. Então se uniram e criaram seres pluricelulares, saíram das águas e povoaram os três ambientes: água, terra e ar. Enquanto tudo isso acontecia, Deus, único e imortal, não tinha como evoluir, uma vez que não há mutação se não há descendentes.

Isso explicaria a desigualdade mundial. Deus, unicelular, sem sistema nervoso central, nada vê, ouve, sente. É uma imensa célula, sentada em seu trono, mas sem nada poder fazer, pois seus sentidos são muito primários.

Essa teoria, que embora ainda seja uma mera hipótese até que experimentos a possam comprovar, é uma ótima oportunidade para ciência e religião finalmente se unirem. Assim que seja comprovada sua validade, os religiosos saberão que seus textos sagrados não estavam enganados, e nem estavam as pesquisas científicas. Finalmente poderemos acabar com a dicotomia espiritualidade versus racionalidade, e, enfim, nos tornaremos seres holísticos, não-fragmentados e completos.