domingo, 30 de março de 2008

Yael Naïm




Tararatata
Por Gui Campos

Minha primeira postagem de música é a última cantora muito boa que me "apresentaram". O nome dela é Yael Naïm.

A música
New Soul estourou no começo desse ano após aparecer em um comercial da Apple. Mas ela tem o seu mérito pela boa aceitação. Yael conseguiu construir vários climas agradáveis dentro da mesma música com o bom casamento entre sua voz doce, o arranjo (um piano com os baixos marcados no começo, os sopros dando um ar bonachão e um violão que entra na hora certa) e uma melodia simples - característica geralmente comum às boas músicas que não conseguem ser esquecidas.

Essa música está em seu
segundo disco, entitulado Yael Naïm. As demais músicas são bem interessantes também. Entre elas há uma versão mais lenta da Toxic, da Britney Spear. Ela canta em francês, inglês e hebreu. Vale a pena ouvir todo o disco. Até porque não é todo dia que se escuta alguém cantando em hebreu...

Biografia
Yael nasceu em 1978, em Paris. Filha de pais judeus, aos 4 anos mudou-se para Israel, onde passou a infância. Lá, estudou música e piano clássico por 10 anos em um conservatório. Serviu às Forças de Defesa de Israel (todos lá são obrigados a servir o exército por 2 anos, inclusive mulheres), mas sua função era de solista da Orquestra da Força Aérea Israelense. Durante esse período cria o grupo The Anti Collision e começa a tocar em clubes em Israel.

Seu primeiro disco (
In a man's womb - 2001) não foi muito bem sucedido. Convidada para atuar na comédia musical Les Dix Commandements, fez parte do elenco por dois anos e meio.

Yael já estava quase largando a carreira de musicista quando conheceu o percussionista David Donatien. Por dois anos criaram arranjos e gravaram músicas para o seu segundo disco (Yael Naïm), lançado em outubro de 2007 pelo selo Tôt ou tard. Na semana seguinte ao lançamento, o disco já estava em 11º lugar na lista francesa das mais pedidas.

Em 2008 Steve Jobs, o criador da Apple, escuta a música
New Soul e resolve usá-la na campanha da Apple para a publicidade do Macbook Air. Rapidamente ela já estava entre as Top 10 na lista da revista americana Billboard.

Internet:
Baixar o disco "Yael Naim"
Comercial da Apple no YouTube
Página oficial de Yael Naïm

sábado, 29 de março de 2008

Notícias de Madri

Por Gui Campos


Alguns meses depois de chegar em Madri escrevi um email contando minha primeiras impressões e dizendo que depois mandaria mais emails. Bom, não mandei. Mas agora escrevo algumas coisas nesse blog contando como vão as coisas por aqui.

Esse primeiro email na verdade era uma carta para minha mãe que eu adaptei e mandei pra todo mundo. Agora vou fazer a mesma coisa de novo. Essa semana, em uma madrugada, escrevi uma carta contando o que tenho feito. Agora adapto um pouco essa carta e publico aqui no blog.


Madrid, madrugada de 24 para 25 de março de 2008

Saudades...
Saudades de fazer nada por Brasília de madrugada com todas essas pessoas que a gente encontra por acaso toda vez que sai em Brasília.
Saudades da Bebel levantando a patinha qndo eu chegava em casa de madrugada.
Saudades de chegar em casa e deitar na rede.
Saudades de fazer filmes.
Saudades de tocar em bar.
Saudades de morar em uma cidade onde moram várias pessoas que eu adoro.
Saudades de tocar chorinho.
Saudades de comer pastel com caldo de cana.
Saudades de comer pamonha.
Saudades dos amigos.

Saudades de tudo, mas hj foi um dia legal. Vi um filme legal. Juno. Tô ouvindo a trilha agora. A música So nice, so smart, da Kimya Dawson.

Tô gostando da Espanha. Apesar das saudades é estranho pensar em voltar pro Brasil. Dá vontade de viajar pra vários lugares, passar um tempo em lugares com praia, conhecer pessoas legais, não sei.

Na semana santa tive uns 12 dias de feriado, que terminam nessa terça. Fui pra Porto, em Portugal. É lindo, e os portugueses são super simpáticos e a comida é boa e barata.

Depois fui de trem pra Santiago de Compostela. O caminho é lindo mas eu não tirei fotos. Em Santiago eu fiquei na casa de uma polonesa do Hospitality Club. E depois encontrei com umas meninas da minha sala e fui pra cidade de uma delas, um pueblito de 2 mil pessoas só. Muito legal. Isso na galícia, onde eles falam galego, que é uma coisa entre portugues e espanhol. Na volta pra Madrid, de trem, peguei neve na estrada, tudo branquinho... lindo...

Tô com sono....

Eu gosto do meu quarto, e a lua cheia tá ali na janela.

Es la hóstia, me cago en diós, de puta madre, joder!

Gui Li Jones
O el chino que se cae de sueño...

Lucía e o Sexo


Um conto cheio de vantagens
Por Gui Campos

Bom, começo a escrever no blog pelo último filme que assisti: Lucía y el Sexo, do Julio Medem.

Eu cada dia me surpreendo mais com o Medem. Seu primeiro filme que eu assisti foi Os amantes do círculo polar. Um absurdo de bom, depois eu coloco uma postagem pra ele aqui.

Lucía e o sexo é, também, um filme lindo. Medem sabe colocar muito bem em imagens e sons uma história interessante de uma maneira poética e surpreendente.

O filme conta a história de Lucía (Paz Vega), uma garçonete que se declara a Lorenzo (Tristán Ulloa), um escritor a quem ela só conhecia por seus livros e por trabalhar perto de sua casa, em Madri. Mas no meio da trama está também Helena (Najwa Nimri), uma valenciana que Lorenzo conhecera alguns anos antes. Najwa atuou também em Os amantes do círculo polar.

Lourenço está escrevendo um novo romance, e nele obviamente coloca coisas de sua vida pessoal. Medem brinca com o inverso, com a maneira como as coisas que ele escreve vão alterando o que supostamente é sua vida, e ao final já estão tão entranhados a ficção que ele escreve e sua vida (a ficção de Medem), que já não podem separar-se mais.

Como descreve o próprio Medem nas palavras de Lourenzo, é um conto cheio de vantagens. A primeira é que quando chega ao fim não acaba, mas cai por um buraco e o conto aparece na metade do conto. E a segunda e maior vantagem, é que daí se pode mudar o rumo.

O filme conta com uma fotografia (Kiko de la Rica) e trilha sonora (Alberto Iglesias) maravilhosas. Isso sem contar a ilha onde os três se encontram, que é um lugar absurdamente bonito.

Uma professora de "Análise do filme" certa vez me disse que para ela um filme bom é aquele que, quando termina, você tem vontade de vê-lo outra vez. Talvez alguns minutos depois, talvez alguns dias. E Lucía e o Sexo definitivamente é um filme que dá vontade de assistir mais duas ou três vezes para tentar entender melhor a inteligente trama tecida pelo diretor.

Lucía y el Sexo (2001)
Dir. e roteirista: Julio Medem
128 min.

ELENCO
Paz Vega (Lucía)
Tristán Ulloa (Lourenzo)
Najwa Nimri (Helena)
Daniel Freire (Carlos)
Elena Anaya (Belén)
Silvia Llanos (Luna)

Na internet:
Baixar o Filme (Torrent)
Legendas em português

Minha caixa de coisas

Quando tinha uns 12 anos transformei uma caixa de sapatos em uma caixa de coisas, trancada com cadeado, onde eu colocava os textos que escrevia.

Há muito tempo não coloco papéis de caderno escritos naquela caixa, mas às vezes gosto de abrir alguns papéis ao acaso para ler, e me surpreendo por ainda concordar em muitas coisas com aquele menino de muitos anos atrás.

Resolvi continuar com a minha "caixa", agora sem cadeado. Aqui pretendo colocar alguns textos e compartilhar coisas boas que descubro, filmes, músicas, poesias ou qualquer outra coisa...

Abra a caixa e divirta-se!